domingo, 1 de janeiro de 2012

BEM-VINDOS AO MARAVILHOSO MUNDO DOS HOMENS-PAVAO

Existe uma categoria de homens em ascensão novamente: são os homens-pavão.
Na nossa história eles nunca deixaram de existir, of course, mas às vezes ficam fora-de-moda....mas não nos últimos tempos...

Me dei conta do fato um dia ao levar um caloroso abraço de um destes exemplares que portava um terno vinho, uma camisa rosa, e um perfume tão impregnante que me deixou atordoada.

Apesar da boa-aparência e do charme do sujeito eu preferiria um frio e distante aperto de mão. Assim eu não passaria o resto do meu dia sufocada e com a sensação de ter o cheiro de alguém impregnado em mim, quando eu não dormi com a pessoa em questão.

Fiquei, depois do tal "encontro", e enquanto durava o maldito perfume... que era muito bom por sinal, me perguntando o quê me faria sair correndo de um homem desses: bonito, rico, bem-sucedido, bem vestido, interessante... se ele fosse solteiro, no caso ele era casado, mas para esse tipo de homem isso é apenas um detalhe irrelevante... já que o mundo é um jardim de flores sempre prontas a serem colhidas.

Nem todo homem-pavão é bonito, às vezes ele é apenas bem sucedido, talentoso, inteligente....agora uma coisa todos tem e é a sua principal caracteristica: a Vaidade.

Esse homem se apresenta para as mulheres como quem oferece uma dádiva, como quem concede uma graça: a graça de ser vista ao lado dele, a graça de desfrutar de sua maravilhosa companhia e de elogiar seus comentários, sua inteligência e sagacidade, de poder admirá-lo pessoalmente, e por fim, quem iria querer mais? de partilhar seu leito quando requisitada, dentre tantas que ele poderia escolher...

O homem-pavão é um tipo emblemático de um tempo em que as pessoas relacionam-se apenas consigo próprias mesmo quando estão com outras ou em coletividade, um tempo de monógolos disfarçados de diálogos, de companhias usadas como acessórios... seu melhor amigo é o espelho, esteja ele dentro do armário ou escancarado em cima da cama.

Ele é, sobretudo, um apaixonado, por sí mesmo. E não há lugar prá mais ninguém.