terça-feira, 4 de outubro de 2011

HOMO OECONOMICUS

"O Homo oeconomicus como tipologia geral e abundante é um acontecimento recente na história da civilização."

"Por que tantas pessoas com várias possibilidades de escolha elegem o comércio, as atividades mercantis, as profissões lucrativas e o trabalho remunerado como caminho prioritário de suas vidas?"

"Do ponto de vista histórico, a geração de riqueza material como via existencial da grande maioria da população é um fenômeno da modernidade."

"Na Antiguidade mediterrânea, a honra e a glória guerreira foram os motivos dominantes, como foram a exaltação espiritual e o amor cortesão na Idade Média ou a fama no Renascimento."

"O sacrifício vocacional é fácil de ser entendido quando a sobrevivência e a subsistência estão em jogo...
...mas a sensação de ter perdido o rumo da própria vida em algum ponto da sua história individual é tão frequente em pessoas com boa situação econômica, que tem e sempre tiveram a sobrevivência e o bem-estar assegurados...
"

"As complexidades afetivas do dinheiro remetem inevitavelmente ao problema da felicidade e da busca de plenitude na vida."

"A maioria das pessoas tende a seguir a linha de menor resistência e evitam enfrentar conscientemente os problemas centrais da existência."

"Há uma tendência natural em fugir do conflito. Para o homem moderno, as atividades lucrativas e o dinheiro se constituíram no instrumento com o qual o burguês poderia silenciar os medos e os temores mais gritantes da vida, o produto cultural mais depurado para afastar as sombras do abismo em que submergiria caso se deixasse levar pela vivência extrema dos outros impulsos e paixões ocultos dentro de sí."

* Pois é, essas observações são do livro já citado: Dinheiro- Sanidade ou loucura de Axel Capriles.

É engraçado falar disso novamente mas o livro é tão cheio de observações pertinentes... principalmente nessa época em que o furor consumista por conta do Natal já está se instalando...

Esses dias lí um artigo no Correio Brasiliense em que o autor defendia a idéia de que 70% do que possuímos é desnecessário. Olhei em volta e concluí que o pior é que é verdade...