Eu adoro o Nilton Bonder...ele é transgressor demais:
" Os comentaristas explicam que a formiga [na tradição judaica] é o símbolo do trabalho desperdiçado. Afinal necessitam apenas de dois grãos de trigo para sobreviver uma estação inteira, mesmo assim trabalham incessantemente para juntar uma fortuna."
"A pergunta é: Então fazer o quê?
Muito da riqueza acumulada é falta de saber o quê fazer, ou coisa melhor que fazer."
"Na tradição judaica, a pergunta "O que fazer?"
tem uma resposta: ESTUDAR.
Tempo é algo para ser dividido entre estudo, trabalho e necessidades fisiológicas.
Todo excedente de tempo, uma vez atendidas as necessidades fisiológicas e de trabalho, deve ser destinado ao estudo."
O que se entende por ESTUDO neste caso não é aquele acadêmico ou o tecnicista,
é aquele "dos valores que permitem a um ser humano ser mais humano em sua condição de percepção (insigth) e de compaixão."
Ou seja de conhecer e compreender a sí mesmo e ao outro.
Segundo ele "a cultura deve ensinar àquele que ainda não alcançou os limites de suas necessidades que não é um bom negócio dedicar TODO o seu tempo ao objetivo de conseguir saciá-las." O que seria dizer em outras palavras "nem só de pão vive o homem..."
E ele vai além, quando fala que o nosso tempo- nossa existência- tem como prioridade ser mais e conhecer mais sobre o potencial que somos.
Que todo tempo dedicado à outras atividades quaisquer além dessas também é uma forma de ser e de se conhecer, mas que o tempo dessas outras atividades práticas deve ter limite,
uma vez que a "utilização indevida do tempo destinado às experiências da alma" gera depressão, apatia e falta de sentido que corroem as atividades práticas, desvalorizando-as uma vez que elas se tornam mecânicas.
"Quando trabalhamos mais do que necessitamos para existir produzimos uma existência jogada fora".
*Uau! Não é demais! Dentro da nossa sociedade que valoriza o estudo técnico, a prática e alta produtividade, dentro de um lugar como São Paulo onde todo mundo corre atrás de ser bem-sucedido financeiramente, dentro da comunidade judaica onde essa exigência é maior ainda...o sujeito vem e diz isso...
Segundo ele ESTUDAMOS PARA EXISTIR.
E para finalizar: quem trabalha para acumular para o futuro deveria saber que "ninguém pode ser rico no futuro, pois não há abundância que supra uma escassez que ainda não existe" e completo eu: não há abundância que supra uma escassez que não existe mais...
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